Consultora Sénior de Anestesiologia, aposentada
Competências em Medicina da Dor e em Gestão dos Serviços de Saúde pela OM
Mestre em Cuidados Paliativos pela Universidade de Lisboa
Coordenadora do Programa Regional de Controlo da Dor 2009 a 2013
Consultora das Estratégias de Controlo da Dor no Plano Regional de Saúde 2014-2016 (estendido a 2020)
Membro do Grupo de Intervenção do Parlamento Europeu: “Direitos dos Doentes Europeus e Cuidados de Saúde Transfronteiriços”
Coordenadora do Conselho Científico da Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores
Membro Fundador da Plataforma SIP Portugal (SIP = Societal Impact of Pain)
Membro, Representante de Portugal na EMA, European Medical Association
Rua Nova do Visconde, 64, 9500-337 Ponta Delgada
Tel: 296 653163 Tm: 962360430
Declaração de Interesses: Como Médica respeito as orientações da Ordem dos Médicos no que respeita ao método científico e à evidência científica
I Apresentação
«Direitos dos Doentes – O que a Europa pode fazer pela Saúde»
O reconhecimento dos dez direitos dos doentes na Carta Europeia, em toda a União Europeia (EU) está ligado a uma procura crescente por parte dos cidadãos europeus. O reforço destes direitos só se tornará eficaz graças à cooperação e ao empenhamento de todas as partes interessadas em saúde em cada país da UE. Assim, é essencial aumentar a consciencialização sobre a importância dos direitos dos doentes e das responsabilidades de todos para garantir o seu respeito.
Todo o ser humano cumpre vários papéis ao mesmo tempo. Entre eles, o papel do cidadão e o potencial doente está incluído na mesma pessoa o que torna a saúde um bem comum maior que só pode melhorar com a proteção dos direitos dos cidadãos bem como a promoção do ativismo cívico no processo de formulação das políticas de saúde.
Na EU foram adotadas medidas importantes mas é necessário remover as barreiras que dificultam o acesso a cuidados de saúde de qualidade em todos os países ou regiões. O paradigma das políticas de saúde mudou, já que as questões económicas são importantes mas há necessidade de medidas inovadoras que transformam o conhecimento em valor, apelando a atitudes de monitorização, partilha e parcerias, preocupação com os resultados, através da literacia digital, informação, cuidados centrados no doente e inovação na gestão dos sistemas de saúde.
II Apresentação
«Doença Crónica – Auto gestão da Dor»
A Dor é definida pela Intenational Association for the Study of Pain (IASP) como «uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial mas também um componente emocional e relacionada com uma lesão real ou potencial», tornando-se num fenómeno complexo que envolve emoções e outros componentes, devendo ser abordada segundo um modelo biopsicossocial. Sendo subjetiva, cada pessoa sente a dor à sua maneira.
Enfatizamos a colaboração do doente na prevenção, no tratamento e controlo da dor e damos muita importância à correta avaliação da «Pessoa com Dor» no seu contexto e nas suas necessidades. «O primeiro passo para controlar a sua dor é compreender como funciona»
O doente informado sobre os seus mecanismos, o impacto na pessoa, nas famílias e na sociedade, os diversos tratamentos, os mitos mais importantes, os fatores de agravamento e de melhoria participa na definição dos tratamentos, adere às terapêuticas e muda as atitudes perante a dor (autocuidado).
As estratégias que permitem a melhoria de qualidade de vida baseiam-se em mudanças de estilos de vida com alterações do foco da atenção, ajuste aos objetivos pessoais, melhoria da autoestima, redução de comportamentos que geram ansiedade (tendo por base a psicologia positiva) e, por último, aceitação de programas de autocuidado. Estes assentam em Planos de Ação, proporcionam competências relativas à utilização dos serviços, resolução de problemas, técnicas que usem a mente, melhoria da qualidade do sono, alimentação mais saudável, controlo dos sintomas (dor, fadiga, falta de ar) e a colaboração com os profissionais de saúde.
Com motivação, persistência, compreensão, ajuda, suporte e união de esforços, deveres, responsabilidade, profissionalismo, todos juntos, em sintonia, doentes, profissionais, famílias, cuidadores, responsáveis, políticos, Media podem fazer muito pelos «Doentes de Dor Crónica».
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